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| Mutuário Élio Candido de Melo e sua família. Foto: Vagner Luis |
A Cohab Minas conseguiu resolver a situação das 23 famílias que há quase dois anos moram em imóveis nos Conjuntos Habitacionais Vila Suzana e Santa Bárbara, em Mateus Leme, Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas cuja situação estava irregular. Essas famílias assinaram os contratos de financiamento junto à Cohab Minas e, com isso, passaram a ser os legítimos compradores dos imóveis.
A regularização da situação foi comemorada pelos moradores dos conjuntos, durante encontro com a equipe social da Cohab Minas, quando foram prestadas as informações sobre os direitos e deveres dos novos mutuários. “Estou muito feliz. Está sendo uma realização. Agora a casa é de fato minha”, diz Débora Cristina Pereira, 30 anos, que vive no imóvel da Cohab Minas em Mateus Leme acompanhada da mãe Marilza Aparecida.
Além de terem a situação legalmente resolvida, os mutuários contaram com apoio financeiro da Cohab, por meio de desconto sobre o valor do financiamento, dos gastos que os moradores tiveram com reparos nos imóveis. Além dos valores investidos e que foram comprovados por nota fiscal, os 23 mutuários também receberam da Cohab um desconto adicional de R$ 500,00 a título de despesas com mão de obra. Nesse caso, todos tiveram o desconto, mesmo aqueles que não conseguiram apresentar nota fiscal de despesas com compra de materiais.
No caso de Débora Cristina Pereira, houve um desconto por parte da Cohab Minas de R$ 1.389,50 sobre o valor do imóvel financiado, referente a reparos feitos por ela na instalação elétrica, recolocação de vidros das portas e janelas, compra de torneiras, pia e pintura de paredes. “Não tem comparação a você pagar aluguel por onde não pode mexer na casa. Hoje é um dia muito importante, a realização de um sonho”, dizia a mutuaria enquanto assinava as páginas do contrato de financiamento com a Cohab.
Histórico
Os problemas nos conjuntos de Mateus Leme se iniciaram em 2007, quando na época da entrega dos imóveis às famílias selecionadas pela prefeitura do município, houve uma denúncia junto ao Ministério Público, de que 23 teriam sido selecionadas indevidamente. A seleção das famílias para o financiamento dos imóveis junto à Cohab Minas é, por regra, de responsabilidade da administração municipal. Depois de um levantamento minucioso da situação socioeconômica das 103 famílias constatou-se que deveria ser feita uma nova seleção para os casos apontados.
As famílias que não se encaixavam nos critérios sociais tiveram que deixar os imóveis, mas no intervalo entre a desocupação e a indicação dos novos mutuários, outras pessoas invadiram as casas e a partir daí iniciou-se o processo de despejo dos invasores. As 23 famílias que agora tiveram a situação regularizada foram selecionadas conforme os critérios sociais estabelecidos. Só que até então estavam residindo nos imóveis sem a assinatura dos contratos e, por isso, não pagavam pelo financiamento.
Os mutuários pagarão, em média, R$ 12 mil pelo imóvel, em prestações de R$ 80,00, num prazo de financiamento de 20 anos. Com as melhorias realizadas no imóvel, a mutuaria Cláudia Cristina Guimarães obteve um desconto total de R$ 2.755,00, tendo o valor do financiamento reduzido para R$ 9.401,00.
Destino
Assim como os outros 22 moradores, Élio Candido de Melo, 55 anos, passou a ter maior segurança da posse do imóvel ao assinar o contrato de financiamento da sua casa. A espera dele, da esposa Eva de Oliveira e dos dois filhos, começou em novembro de 2010 quando se mudou para o imóvel. Desde então, Élio precisou fazer uma reforma no imóvel e já empreendeu melhorias. Ampliou a cozinha e construiu mais um quarto. Junto com ele e a esposa moram os filhos Gisele Antônia, 22 e Paulo Henrique, 20.
O casal Élio e Eva não precisariam ter passado por essa situação, mas o destino exigiu mais essa prova antes que tivessem a casa própria. Casados há 26 anos eles moraram em casa cedida por patrões, de aluguel e por fim na casa da mãe de Eva, dona Lenita, na mesma época em que foram contemplados com o imóvel da Cohab na primeira seleção no município de Mateus Leme.
Na ocasião dona Lenita estava doente e Eva ficou incumbida de tomar conta da mãe. Mudou-se com o esposo e os filhos para a casa de dona Lenita e desistiram do financiamento da Cohab. Quando dona Lenita morreu os herdeiros decidiram vender a casa. Mas o casal estava destinado a receber uma casa da Cohab. Eles participaram da segunda seleção e foram contemplados novamente. "Estou muito feliz. Agora a casa é nossa", comemora Eva.